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A mostrar mensagens de julho, 2010

Canção de embarcar

3º Prémio - Modalidade Prosa - Concurso Literário "Cantar Portugal em Prosa e Verso" do Elos Clube de Faro Do alto de um imenso rochedo, avisto um mar imenso, de um azul intenso, a perder de vista. Antes de se esconder de vez, o Sol beija o mar, ao de leve, com respeito. E eu espreito, por cima do ombro, enquanto suspeito que o perigo se aproxima. É apenas o medo. Do alto deste imenso rochedo, sou Infante, eterno gigante, saudoso das ondas vencidas, memórias perdidas no fundo do mar. Longe vão os tempos em que fui herói. Fui exemplo seguido por pegadas anónimas, que livremente decidiram acompanhar-me rumo ao desconhecido. Hoje sou mera lembrança, recorte de esperança, que serve de consolo a quem já nada tem, nem sonha, nem sente. Quando mais nada nos resta, sobra-nos o mar. Esse eterno meio de fuga que leva gente e traz saudade. Saudade, essa palavra tão vasta, nefasta, que é só nossa, que nos pertence como um fado que temos de carregar. Um fardo, pesado, demasiado grande par