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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2013

És segredo

A falta que me fazes E que não sei explicar É este poema Trago um peso pendurado ao peito Que se desprende num suspiro E mesmo assim não conhece alívio Continuo seguindo os teus passos Como se te procurasse Como se te quisesse encontrar Em toda a parte Vejo-te onde não existes Reflexo omnipresente Estás até onde não estás Levo-te e trago-te em mim Preso em silêncio Mudo e secreto Meu inconfessável amor

O Verão da amizade

Os amigos encontram-se na soma dos gestos. Uma dose de alegria e outra de sabedoria são quanto baste para que duas mãos se apertem na confiança do calor que as une. Um amigo pode nascer de uma palavra ou de um sorriso, de uma gargalhada ou de um acaso feliz. Ao encontrar um amigo há sempre uma janela que se escancara descortinando-nos a mente, permitindo que se revele o melhor de nós. Um amigo que nos descobre tem vocação de marinheiro, daqueles que ao longe avistam terra firme onde é seguro aportar. Os amigos têm mãos capazes de acariciar sonhos e asas para oferecer se quisermos voar. Um amigo é capaz de soprar até ser vento e transportar-nos mais alto ou mais longe, sempre mais e mais além. Não há amigos e amigos. Há amigos e inimigos. Os outros são conhecidos. Seres que partilham um espaço ou um tempo sem o compromisso da continuidade a que se chama amizade. Um amigo não é um ombro, é um travesseiro humano que nos embala e adormece as dores que a vida teima em nos infligir. Cair

Deserto feliz

Juro-te nunca mais Implorando-te para sempre Sermos esta poesia De sangue quente Na noite fria Eternamente, eternamente Quantas vezes me basta Esse olhar, só esse olhar Para viajar, viajar Sem rumo nem tempo És um destino incerto E eu ponto de partida, Bilhete só de ida, Para um lugar deserto Um futuro chamado vida

As horas

Estamos tão certos Como dois ponteiros Que se encontram nas horas Somos meia-noite Somos meio-dia Badalamos na euforia De estarmos de novo juntos Ao mesmo ritmo Contamos segundos E sentimos mudos A certeza que se repete E nos une Cantada a badaladas Afastados, giramos Somos dois E depois, Num segundo Pára o mundo Para num abraço Voltarmos a ser um só Somos meia-noite Somos meio-dia Somos a pura magia Dos breves reencontros Havemos de trocar as voltas Às horas da vida Para que ela nos seja longa, Esticada, comprida Para sermos dias e noites pegadas Luares e alvoradas Até ao fim