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A mostrar mensagens de dezembro, 2010

Apagar o rasto do ano velho, deixar entrar o ano novo

Nestes últimos dias do ano tenho sempre a mesma sensação. Há uma emergência que paira no ar e na atitude das pessoas. Há uma ânsia colectiva focada no desejo de que o ano velho se vá embora depressa e leve consigo tudo o que de mau aconteceu. Em simultâneo, parece haver em cada pessoa (e eu não sou excepção) a doce ilusão de que naquele limiar entre a 11ª e a 12ª badalada tudo vá renascer. E ao acordar, na manhã tardia do dia 1 de Janeiro, damo-nos conta que tudo não passou disso mesmo – uma ténue, muito ligeira mesmo, ilusão. Mas vale pela festa. Mesmo aquela que se faz sem sair de casa, ao ritmo dos anúncios da TV. Vale pelas horas de descompressão cerebral, entre um e outro flute de champanhe (ou espumante, conforme a disponibilidade). Vale uma ou outra gargalhada que acaba por se soltar, nem que seja com a anedota do avô ou de algum velhote que passe o ano ao nosso lado. Vale sempre pela esperança de que uma mudança magnética súbita vá redireccionar as nossas vidas, colocando-as p