Ainda espero que a felicidade me bata à porta, numa daquelas noites de insónia em que a inquietude nos desperta sem compreendermos porquê. Um telefonema fora de horas, um toque sinistro na campainha às duas da manhã, um sobressalto agudo a fazer ferver o sangue e estremecer o coração. A vida subitamente a pulsar nas veias. De sorriso grande, do lado de fora da porta, uma presença tão esperada quanto inesperada. Porque é que demoraste tanto? Pergunto. O tempo de Deus não é o nosso, respondes, sem perder nem mais um segundo da vida que nos resta para sermos tudo o que temos sonhado.
por Cláudia Sofia Sousa