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A mostrar mensagens de junho, 2013

Ocaso

Quase noite. Espanto-me com a vida que me chega sem que a tenha chamado. Espero as surpresas que ainda não sei com a certeza que vão chegar. O meu corpo é a quietude do dia a pousar-me aos beijos. Nos meus olhos, o retrato fixo da beleza do momento. Será isto o presente? Embrulhado, junto ao peito, levo-o ao colo para dentro. Aqui e agora, neste abraço, só falta o que há-de vir. Amanhã ou depois saberei o que é.

Olhar Olhão

 "Terraço Pizza na Pedra", 5 Julho 2013 (foto da autora)  Procuro olhar a cidade de olhos fechados, passeando pelas memórias da minha vivência de habitante. Aterrei aqui há quase trinta anos e só agora pareço começar a observar com atenção o pulsar da vida em meu redor. Viajo de norte para sul. Lá ao fundo, uma cordilheira recorta o céu. Como se nos vigiasse dia e noite, noite e dia, sobranceiro e mudo, o cerro de São Miguel amuralha toda a planície urbana.   Pela fortaleza de terra abaixo resvalam blocos de cimento. As casas, começam por ser poucas, depois são cada vez mais e mais e mais, até serem muitas, concentradas num aglomerado de quadradinhos no coração da cidade. Olhão é uma terra pintada de branco onde as casas são pequenos cubos despreocupadamente sobrepostos. São centenas de quadrados imaculados vistos do céu. Numa harmonia do que é espontâneo, a beleza sobrepõe-se à desordem visual caótica.    "Da minha varanda" (foto da