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A mostrar mensagens de maio, 2018

Benilde ou a Virgem Mãe

A mãe e eu | 29 de setembro de 1979 És leite morno a transbordar do seio Cordão umbilical resistente ao corte És a pele que cobre o frio e o medo Fizeste-me milagre nascido da morte És o olhar vigilante que antevê a queda A mão segura, o amparo constante És colo, beijo, doce carícia pura Mesmo longe, nunca estarás distante És norte, palavra amiga, orientação O sofrimento mais alegre do mundo Coragem ímpar, força extrema És mistério sobrenatural sem explicação És filha, mãe, avó Imagem omnipresente És quem não me deixa só És quem me sente e pressente Quando a garganta dá um nó És calma e colo e silêncio O bem contra todo o mal És mãe da tua filha E mãe da tua mãe Fonte do amor incondicional És abnegação, benevolência O fim de qualquer turbulência És paciência sem fim O mar e o céu juntos Canção de embalar A ecoar, eternamente, dentro de mim. (Dedic

Reciclagem do amor

Há uma certeza que me rasga o peito e me ata o pensamento. Eu amo-te. Estou certa disso. Sou capaz de reconhecer em cada reação do meu corpo um sintoma indicador da veracidade do meu diagnóstico. Não é a primeira vez que penso continuamente em alguém noite e dia, dia e noite, como se não houvesse intervalo possível para uma mente sempre alerta, mesmo durante o sono. A ausência de notícias é o que mais me consome. Não saber, a cada hora que passa, por onde andas, o que estás a fazer, se e quando pensarás em mim. É aqui que encontro também a razão mais plausível para desistir de ti. Se fosse para ser possível, não seria assim. Um amor que vive de pensamentos tende a morrer de saudades. O amor alimenta-se de carne, de pele, odor e calor. E eu já quase não consigo imaginar o contorno do teu rosto sem voltar uma e outra vez às fotografias que guardo no computador. Na angústia sôfrega de te querer tanto e não te ter, a certeza volta a quebrar-se em mil pedaços, transformando-se numa dúvi