“O tempo perguntou ao tempo, quanto tempo o tempo tem? O tempo respondeu ao tempo, que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo tem”. E por aqui começa hoje a raiz da minha inquietação transformada em desabafo. Hoje apetece-me falar do tempo. Não do tempo que faz lá fora, mas do outro tempo. Aquele que corre, ora a conta-gotas ora a torrentes desenfreadas. Aquele que nasce e acaba connosco, ou que nos perpetua pelas mãos dos nossos filhos. Sinto hoje que o tempo corre mais veloz que noutros tempos. Os dias colam-se às noites e as noites fazem-se dias sem quase me dar conta de ter feito o que quer que fosse. É tudo tão rápido, descontrolado, escapa-me por entre os dedos… Sinto que somos uma espécie de depósito bancário. Só que em vez de dinheiro, depositam-nos um determinado valor de tempo à nascença. E cada qual, bom ou mau gestor, terá de saber aplicar esse valioso bem da melhor maneira possível. O que terei feito hoje de interessante, pergunto aos meus botões? A resposta não vem. Mas e
por Cláudia Sofia Sousa