Camiões carregados de ajuda preparam-se para atravessar a Europa até às fronteiras da guerra. Quando a solidariedade se faz força na partilha comunitária, são os mais pobres que mais partilham as suas misérias com os que nada têm. É o ímpeto de ajudar que nos faz humanos, reconhecendo no outro carência maior que a nossa. Partilhar o pouco que temos torna-nos sempre maiores, ainda que mais pobres. No gesto de dar sonha-se a alegria do outro, mesmo a sorrisos de distância da última memória feliz. Destemidos compatriotas, com apurado sentido de missão, fazem-se ao caminho para ajudar no combate. Pela frente têm milhares de quilómetros, até uma chegada sem direito ao cansaço. Por cá, confiantes na fé, os que se mantêm à espera de melhores notícias trocam manifestações por vigílias de oração pela paz. Ainda antes das tropas russas entrarem em Kiev, a Ucrânia assina mais um ato de valentia aderindo à União Europeia. A guerra continua devagar, na ótica de quem assiste do sofá. Quando os refug
por Cláudia Sofia Sousa