Pedro sabia que não poderia fazer muito para resolver os imensos problemas em que aquela família estava mergulhada. Contudo, sentia que ao fazer algo por Maria, já estaria a dar um contributo importante à humanidade. Às vezes temos que nos conformar de que não podemos mudar o mundo, mas em contrapartida temos sempre a hipótese de mudar, por um pouco que seja, a vida de alguém, costumava opinar muitas vezes o jovem rapaz no decorrer das longas tertúlias com os amigos. De volta à “Casa de bonecas” (nome com o qual Dona Carlota havia baptizado a sua loja na década de sessenta), Maria reencontrou na vida real o conforto que muitas vezes vivenciava nos seus sonhos. Tinha até já tomado uma decisão, muito adulta por sinal para uma criança de apenas sete anos: - Quando for grande, vou ser arquitecta! – Afirmou, com uma convicção fora do vulgar para uma menina tão pequena. – E vou desenhar muitas casas. Uma delas só para mim, muito grande, onde eu possa ter um quarto só para mim, uma casa de ba
por Cláudia Sofia Sousa