Não te vou dizer adeus. Reservo essa palavra para as despedidas eternas. Vivemos uma Primavera onde apanhámos flores e avistámos o arco-íris. Sempre que o Inverno se pôs à espreita, soprámos nuvens e dançámos à chuva. Tentámos a sorte mas tivemos azar. Deixámos o barco do amor naufragar. Saltámos borda fora num túnel chamado noite. Só um mergulho na solidão nos poderá resgatar. Enquanto não abrandar o fôlego nem voltar a raiar o dia, a única luz ao fundo do tempo será a recordação brilhante do nosso olhar.