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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2010

New York, I Love You – Day 3

Cabem muitas cidades dentro da cidade de Nova Iorque. Hoje vou explorar uma dessas “cidades”. Apanho um Yellow Cab – um típico táxi nova-iorquino – e indico como destino a Canal Street , junto à Chinatown . Não foi por acaso que assim foi baptizada essa zona da cidade. Um emaranhado de prédios baixos, lojas e letreiros com caracteres chineses desenhados lembram-nos que estamos em território de uma tribo alheia. Uma numerosa comunidade de imigrantes chineses que assentou arraiais na zona baixa da Big Apple . Desço do táxi e, ainda antes de conseguir assentar o pé direito no chão, sou abordada por uma senhora chinesa que literalmente me esbarra a passagem. Repetindo continuamente, num inglês mal arranhado, “purse, wallet, Louis Vuitton”, enquanto exibe uma folha impressa com vários modelos da marca, persegue-me ainda uns metros até desistir de me vender o que quer que seja. Enquanto circulo pelas ruas, vai passando por mim, em câmara lenta, uma sequência quase interminável de lojas de bu

New York, I Love You – Day 2

Tento fingir que o jet-lag não passa de uma expressão chique inventada por quem viaja muito, mas a verdade é que são cinco da manhã em Nova Iorque e não consigo mais pregar olho. Em Portugal, o relógio marca mais cinco horas e o Sol já vai alto. Tenho tempo para pensar em quem deixei para trás. Os mesmos que estarão à minha espera quando regressar a casa. Desisto. Se não consigo dormir, o melhor é aproveitar o dia que desperta do lado de fora da janela. Às sete da manhã, quando saio do hotel, estão 6º C negativos e penso nunca ter sentido tanto frio na minha vida. O frio glaciar soprado pelo vento gela-me o rosto, mas não é suficiente para arrefecer o meu entusiasmo. Preciso urgentemente de um bom pequeno-almoço para retemperar energias. O bar da esquina oferece um extenso buffet e apresenta-se como um refúgio para escapar por uns minutos ao frio que me persegue. Hoje é dia de shopping. Um dos grandes atractivos de Nova Iorque nesta época do ano. Estão a decorrer os chamados “after Chr

New York, I Love You - Day 1

Aterro no Newark Liberty a meio de uma tarde fria de Janeiro. Apesar da baixa temperatura, o céu está limpo. Pela primeira vez, antes do trem de aterragem raspar o solo, consigo avistar os arranha-céus que me acenam do outro lado do rio Hudson. As dezenas de passageiros que há instantes entupiam os estreitos corredores do avião, vão saindo a conta-gotas pela manga que se estende até ao interior do aeroporto. Os semblantes espelham alívio e liberdade. Terminou finalmente o cativeiro de quase sete horas sobre as nuvens. A claustrofobia latente dá lugar a uma onda de libertação. Esta sensação de liberdade dura não mais que uns breves segundos - uma fila quase interminável aguarda por nós nos serviços de imigração. Decorrida uma meia hora e ultrapassada a barreira fronteiriça, recheada de interrogatórios e digitalizações de palmas de mãos e dedos polegares, consigo avistar a rua e entrar num dos muitos táxis que anseiam pôr o taxímetro a facturar. O taxista negro que me conduz exibe orgulh

Resoluções de Ano Novo

Este ano, decidi ser diferente. Não comi 12 passas. Nem pedi 12 desejos ao som das 12 badaladas. Decidi que nem tenho assim tantos desejos para pedir. Afinal, o que posso querer mais da vida do que o que já tenho. Sinto-me tão feliz com o que sou e com o que tenho, que pedir mais me parece puro egoísmo. Prefiro guardar os pedidos extra para aqueles que verdadeiramente precisam deles. Tenho saúde, dinheiro Q.B. e amor para dar e vender. Uma família que me ama e protege. Uma casa bonita e confortável numa das regiões mais desejadas do país. Enfim, tenho mais que o essencial para ser feliz. Desejo apenas viver um dia de cada vez e esperar que a vida me surpreenda. A vida já me ensinou que é esta a atitude certa. Quando esperamos tudo da vida, ela nada nos dá. Quando não se espera nada, tem-se tudo.