Otília, 2008 Todos temos, pelo menos, um anjo da guarda. Neste mundo, o meu encarnou numa querida senhora, que tenho a feliz sorte de ser minha avó. Quando penso nela, fogem-me as palavras, por ser tanto para mim. Mais do que uma jóia rara ou um tesouro, a minha avó é uma bênção e eu sou afortunada só porque ela cuida de mim. Em todos os momentos decisivos, de alegria ou dor, sem pedir ou chamar, lá está ela, sempre ao meu lado, ombro amigo, palavra de consolo, mão na mão, a oferecer a misericórdia do seu sorriso. Como é bonita a bondade da minha avó! Nunca conheci outra igual. É genuína e gratuita, quase sobrenatural. Jamais pressupõe condição ou moeda de troca. Toda ela se oferece aos outros, numa humanidade santificada de quem só conhece o bem. Como é bom ter uma avó! Como é bom ser trintona e ter uma avó! Avó, como é bom atender o teu beijinho de boa noite, diariamente, depois do jantar. Como é bom saber que rezas sempre por mim, que sonhas os meus sonhos, que te realizas qua
por Cláudia Sofia Sousa