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Reciclagem do amor


Há uma certeza que me rasga o peito e me ata o pensamento. Eu amo-te. Estou certa disso. Sou capaz de reconhecer em cada reação do meu corpo um sintoma indicador da veracidade do meu diagnóstico. Não é a primeira vez que penso continuamente em alguém noite e dia, dia e noite, como se não houvesse intervalo possível para uma mente sempre alerta, mesmo durante o sono. A ausência de notícias é o que mais me consome. Não saber, a cada hora que passa, por onde andas, o que estás a fazer, se e quando pensarás em mim. É aqui que encontro também a razão mais plausível para desistir de ti. Se fosse para ser possível, não seria assim. Um amor que vive de pensamentos tende a morrer de saudades. O amor alimenta-se de carne, de pele, odor e calor. E eu já quase não consigo imaginar o contorno do teu rosto sem voltar uma e outra vez às fotografias que guardo no computador. Na angústia sôfrega de te querer tanto e não te ter, a certeza volta a quebrar-se em mil pedaços, transformando-se numa dúvida existencial: O que fazer com o amor que sentimos, quando não o podemos viver? Haverá, algures, uma reciclagem do amor? 

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