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New York, I Love You – Day 3

Cabem muitas cidades dentro da cidade de Nova Iorque. Hoje vou explorar uma dessas “cidades”. Apanho um Yellow Cab – um típico táxi nova-iorquino – e indico como destino a Canal Street, junto à Chinatown. Não foi por acaso que assim foi baptizada essa zona da cidade. Um emaranhado de prédios baixos, lojas e letreiros com caracteres chineses desenhados lembram-nos que estamos em território de uma tribo alheia. Uma numerosa comunidade de imigrantes chineses que assentou arraiais na zona baixa da Big Apple.
Desço do táxi e, ainda antes de conseguir assentar o pé direito no chão, sou abordada por uma senhora chinesa que literalmente me esbarra a passagem. Repetindo continuamente, num inglês mal arranhado, “purse, wallet, Louis Vuitton”, enquanto exibe uma folha impressa com vários modelos da marca, persegue-me ainda uns metros até desistir de me vender o que quer que seja. Enquanto circulo pelas ruas, vai passando por mim, em câmara lenta, uma sequência quase interminável de lojas de bugigangas, especializadas na venda de imitações perfeitas de relógios de marca. Na Chinatown, em Nova Iorque, quaisquer 50 dólares são suficientes para adquirir um Rolex ou um Pateck Philip que poucos vão perceber que não é verdadeiro. Um luxo pobre, de quem se contenta com pouco. Um momento de felicidade quase infantil para quem sabe de antemão que dificilmente chegará um dia a ser rico.
Antes de começar a investigar qual dos restaurantes reúne a minha preferência para o almoço, ainda descubro umas lojas que me convidam a entrar. Peixarias de rua, onde está exposto peixe com um aspecto tão fresco que dá vontade de comer cru. Ervanárias, onde se vendem latinhas de muitos chás especiais, com destaque para o de Jasmim. Ourivesarias, recheadas de diamantes e figuras de marfim. Pequenos quiosques que vendem um pouco de tudo, desde fotografias lindíssimas de Nova Iorque, até cachecóis de seda e caxemira.
Para o almoço escolho umas gambas salteadas com aipo, cogumelos e castanhas de caju. Estão deliciosas e já só penso no que irei descobrir quando sair dali. Num ritual típico dos restaurantes da Chinatown, não me retiro sem antes abrir um bolinho da sorte e ler a mensagem que me foi destinada.
Pode ser que se concretize. Para já, vou seguir em frente e ver se é desta que consigo tirar umas fotos junto da mítica Brooklyn Bridge.

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