
Entro no Central Park e decido parar uns minutos junto ao lago. O frio dos últimos dias transformou-o num espelho gelado. A paisagem, em tons de cinza, é triste, mas ainda assim muito bonita. As árvores despidas de folhas anseiam pelos dias mais quentes. Curioso – penso – as árvores, ao contrário das pessoas, despem-se no Inverno e resguardam-se de folhas em pleno Verão. Nuas. É assim que estão agora todas as árvores do Central Park, onde pessoas correm, crianças brincam e os esquilos saltitam, exibindo-se à nossa frente, de quando em vez.
Chego ao Metropolitan Museum of Art. Um dos museus que me falta visitar em Nova Iorque. Da última vez, estive no Guggenheim e no Museu de História Natural – dois marcos da cidade. Maravilhosos e inesquecíveis. Não me apetece assim tanto ver museus. Não que não esteja interessada em descobrir os fantásticos tesouros expostos aqui, mas porque não foi esse o propósito da minha viagem. Interessa-me mais andar nas ruas, ver pessoas, observar rotinas, entender hábitos e costumes. Gosto de pessoas, mais do que dos seus feitos. Gosto de observar e tentar compreender a essência de cada ser humano. Cruzar semelhanças e diferenças e tentar chegar a conclusões.
Saio do museu, duas horas depois. Novo passeio a pé e a fome aperta. Quero reencontrar um bar Grego onde comi um inesquecível hambúrguer de Búfalo há cinco anos atrás. Não encontro esse, mas descubro outro. Tão bom ou melhor. Delicio-me. Nem sou grande fã de hambúrgueres, mas este está soberbo. É de comer e salivar por mais. Mas o meu dia de pecados gastronómicos não termina por aqui. Ainda não comi um único doce desde que cheguei. Guardei-me para algo que me faça perder a cabeça e cometer o pecado da Gula. Passo por um bar chamado Lindy’s, que anuncia num reclamo luminoso frontal “the world famous cheesecake”. Está decidido. Vou cometer aqui o meu pecado.
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