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New York, I Love You – Day 5 – The last day

O último dia de uma viagem é sempre carregado de alguma melancolia. Uma saudade antecipada do que se vai deixar para trás. Uma saudade incontrolável de quem espera por nós. E sempre a incerteza sobre se a viagem de regresso irá terminar bem. Depois de sermos pais, penso que o maior medo é o de nunca mais voltarmos a ver os nossos filhos. Durante esta viagem pensei nisto milhares de vezes.
Há que abandonar o hotel até ao meio-dia. Faço o check-out por volta das nove e peço para me guardarem a mala até às 13h, altura em que terei obrigatoriamente que partir rumo ao aeroporto. Entretanto, ainda tenho tempo para tomar um café, dar mais um passeio e almoçar perto do hotel. Decido experimentar o “Bubba Gump” – um restaurante inspirado no filme de 1994 “Forrest Gump”, brilhantemente protagonizado por Tom Hanks, merecidamente galardoado com um Óscar da Academia. Este restaurante, cuja especialidade é marisco, oferece um vasto menu de iguarias, desde o camarão frito a uma fantástica sopa chamada “Old fashioned New England Clam Chowder”. Um sítio muito agradável que recomendo visitar. And it’s time to say goodbye. Não me consigo despedir da Big Apple sem pensar já no regresso e no que ficou por conhecer. Da próxima vez, quero ver um espectáculo na Broadway, quero visitar a estátua da liberdade, explorar o Museu de Arte Moderna, pernoitar no Waldorf Astoria, circular pela cidade numa limousine… (Isto já sou eu a sonhar alto). Tudo é possível. Em Nova Iorque tudo pode acontecer. E eu quero lá voltar. Sempre. Até ao último dos meus dias.

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Reportagem # 32

Jornal "Dica da Semana", edição regional Algarve, 29 de Janeiro de 2015

FRIDAY EATS

A refeição que pedala a rua à minha frente vai saciar o cansaço de alguém que trocou horas de fome por uns tostões. A energia que sobra é a da ponta dos dedos. Três toques no ecrã e o jantar está pronto. A marmita verde atravessa a cidade, pela força estoica do homem que não fala português. Também não precisa. Basta tocar à campainha e dizer a palavra mágica de significado universal. Num silêncio solene, digno de um requintado mordomo, abre o saco térmico e serve o jantar. O pobre senhor que ganha uns tostões, hoje sente-se um rei. Espreguiçado no sofá, a lambuzar-se num menu cancerígeno qualquer, reencontra um espasmo de felicidade. Ah, como é boa a sexta-feira! Mham 

VERSÃO 4.5

Dizem-me frequentemente que ainda tenho cara de menina, que ainda sou nova, que ainda tenho a vida à minha frente. Contudo, face à cronologia, é-me inevitável constatar que mais de metade do tempo que me foi concedido já passou. O que me resta já será provavelmente menos. Se isso me inquieta? Não em termos de medo, mais em termos de pressa. Já não é pressa de viver mas de realizar, de me realizar. Apesar de já ter plantado árvores, tido filhos e publicado livros, sinto-me ainda distante da potencialidade plena do meu propósito existencial. O que me falta realizar então? Talvez plantar mais árvores e escrever mais livros, já que a possibilidade de gerar filhos tem prazo de validade e a energia vital para os cuidar vai esmorecendo. Tudo o que me falta fazer parece-me tanto para o tempo que imagino à minha frente. Não cabem tantos livros e filmes e viagens e experiências nas décadas que imagino ainda poder viver. O meu maior conflito interior neste momento é já não ser nova para tanta coi...