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Poesia a Sul



Tudo o que buscas é a eternidade.
É por isso que insistes neste teimoso duelo com as palavras.
Queres dominá-las,
umas vezes com técnica, outras com astúcia,
sempre com sensibilidade.
E elas, as palavras, serpenteiam-te.
Mas tu, poeta, és um encantador.
Timbrando lutas e desilusões,
acaricias a realidade,
sempre convertendo tudo.
Em beleza o horror,
em música a dor, 
em perfeição o amor…
Ó poeta! De onde vens?
Que angústias percorreste até aqui?
Quantos sonhos ainda trazes na mala?
Que memórias esperas daqui levar?
Nesse bolso sempre vazio, sempre roto,
onde descansa e se aquece a mão que escreve.
Que importa a pobreza, não é poeta?
Se todos te honram e batem palmas…
Foi a bordo das palavras que aqui chegaste
e será planando sobre elas que ficarás um dia,
sobrevivendo ao esquecimento.
Serás figura histórica, data centenária,
serás estátua ou nome de rua
por onde a vida continuará a passar.
E todos os anos,
numa viagem eternamente poética,
todos retornarão ao sul, 
para te brindar.

Escrito por ocasião do IV Festival Internacional Poesia a Sul - Olhão

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