A vida está a entardecer
e tudo em mim é dor e cansaço,
mascarados de riso.
Há dias em que só penso tristezas,
vasculhando baús de sonhos enrugados ao
abandono da esperança.
As páginas da vida resumem-se a umas
folhas de habilidades que de pouco ou nada valem ao sustento.
Entre defuntos e furtivos, os amores não
passam de promessas nómadas de felicidade.
Na escassez de moeda, a riqueza mede-se
em saúde e nos amigos que persistem intemporais.
Do lado de fora da casa, encontro a
noite soprando lá fora.
E cá dentro, crepitando, um ardor sem
consolo, morrerá fingindo não existir.
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