Sempre ouvi dizer que evoluímos na vida em ciclos de 7 anos. Se assim é, inicio hoje a sexta ronda na eterna busca pela felicidade. Aos 7, era a menina tímida que se deslumbrava com o saber na escola primária. Aos 14, era a adolescente que vibrava nas euforias e desilusões do primeiro amor. Aos 21, era a universitária que idealizava uma carreira de sonho. Aos 28, dava corpo ao milagre da vida e tornava-me mãe. Aos 35, no auge da vida adulta, perdia para a morte alguém que muito amei. Agora, salto a pés juntos para os 42, na certeza que grandes mudanças estão a caminho. Hoje sou o resultado da soma e multiplicação de todos estes anos. Hoje sou 6x7, uma mulher na maturidade sólida dos 42, que rasga o caminho e afugenta as dificuldades à sua passagem, pela firmeza dos seus passos. A avaliar pela grandeza dos desafios superados, arrisco dizer que os próximos 7 anos prometem ser os melhores de sempre. Que todos os sonhos me encontrem e se cumpram na realidade dos dias!
Dizem-me frequentemente que ainda tenho cara de menina, que ainda sou nova, que ainda tenho a vida à minha frente. Contudo, face à cronologia, é-me inevitável constatar que mais de metade do tempo que me foi concedido já passou. O que me resta já será provavelmente menos. Se isso me inquieta? Não em termos de medo, mais em termos de pressa. Já não é pressa de viver mas de realizar, de me realizar. Apesar de já ter plantado árvores, tido filhos e publicado livros, sinto-me ainda distante da potencialidade plena do meu propósito existencial. O que me falta realizar então? Talvez plantar mais árvores e escrever mais livros, já que a possibilidade de gerar filhos tem prazo de validade e a energia vital para os cuidar vai esmorecendo. Tudo o que me falta fazer parece-me tanto para o tempo que imagino à minha frente. Não cabem tantos livros e filmes e viagens e experiências nas décadas que imagino ainda poder viver. O meu maior conflito interior neste momento é já não ser nova para tanta coi...

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