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O Verão da amizade

Os amigos encontram-se na soma dos gestos. Uma dose de alegria e outra de sabedoria são quanto baste para que duas mãos se apertem na confiança do calor que as une. Um amigo pode nascer de uma palavra ou de um sorriso, de uma gargalhada ou de um acaso feliz. Ao encontrar um amigo há sempre uma janela que se escancara descortinando-nos a mente, permitindo que se revele o melhor de nós. Um amigo que nos descobre tem vocação de marinheiro, daqueles que ao longe avistam terra firme onde é seguro aportar. Os amigos têm mãos capazes de acariciar sonhos e asas para oferecer se quisermos voar. Um amigo é capaz de soprar até ser vento e transportar-nos mais alto ou mais longe, sempre mais e mais além. Não há amigos e amigos. Há amigos e inimigos. Os outros são conhecidos. Seres que partilham um espaço ou um tempo sem o compromisso da continuidade a que se chama amizade. Um amigo não é um ombro, é um travesseiro humano que nos embala e adormece as dores que a vida teima em nos infligir. Cair nos braços de um amigo é um descanso. É como mergulhar no mar da tranquilidade onde haverá sempre uma jangada pronta para nos salvar. Por um amigo, esquecemos passados e inventamos futuros. Não nos interessa quem foi nem o que fez, mas quem é e o que faz aqui e agora. Os amigos não se esquecem uns dos outros. Apenas há pessoas que se esquecem de si, ao permitirem ser possível que tudo se sobreponha ao prazer que dá reencontrar um amigo. E as férias são nossas amigas porque, ao reencontrarmo-nos, nos lembramos de como é bom ter tempo para reencontrar a amizade.     

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