Era uma casa sem livros.
Estava cheia de solidão.
Sobre as prateleiras não viviam vozes adormecidas à espera de uma carícia.
Havia pessoas que trocavam olhares vazios. As palavras resumiam-se a
monossílabos, arrotos cerebrais espontâneos e inúteis. À noite, o burburinho
que sempre emerge dos livros que nos espreitam vigilantes, não existia. No ar, apenas
solidão e silêncio, ausência e vazio, o roncar inerte de corpos sem alma,
espelhos da casa, desta casa sem livros, com portas e janelas blindadas, à
prova de palavras e ideias, como se estas armas fossem proibidas por lei.
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