Deixámos de contar os dias. Ficámos fechados para preservar a vida mas, no fundo, só estamos a desperdiçá-la. Cada dia em quem não abraçamos, não beijamos, não celebramos, é uma morte antecipada. A distância obrigatória é um travão dos afetos e sem eles tornamo-nos autómatos. Mantemos as funções vitais ligados à corrente e estamos todos por um fio, a fingir que o desespero não nos consome. Continuamos, sem conhecer rumo nem direção, sem saber se algum dia este pesadelo terá fim.
por Cláudia Sofia Sousa
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