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O Homem de Constantinopla

José Rodrigues dos Santos é um autor best seller porque a sua escrita ensina e entretém a um ritmo compulsivo. Deseja-se virar cada página, ansiando o porvir. Foi assim, veloz e surpreendente, a minha viagem pelas quinhentas páginas de “O Homem de Constantinopla”. Guiada pelas palavras do autor, deslumbrei-me com os encantos da antiga capital do império otomano (Constantinopla), hoje a magnificente cidade de Istambul. É lá que começa a desenrolar-se a extraordinária vida do arménio Calouste Gulbenkian, aquele que viria a transformar-se no homem mais rico do planeta na primeira metade do século XX. A sua visão, precocemente estratégica, leva-o desde cedo a investigar as potencialidades do ouro negro. E será o negócio do petróleo que potenciará toda uma fortuna capaz de financiar a sua grande paixão: coleccionar arte. “O que é a beleza?”. Foi esta questão, lançada por um professor na infância, que atormentou toda a existência de Calouste Gulbenkian, levando-o a uma procura incessante do prazer por via da euforia dos sentidos. Este livro é o primeiro de dois. A conclusão desta apaixonante biografia romanceada será “Um milionário em Lisboa”, que deverá chegar em breve às livrarias. Após esta leitura, duas certezas: quero, sem dúvida, conhecer o desfecho da história de vida do “senhor cinco por cento”; e tudo farei para realizar o sonho pessoal de chegar a Istambul a bordo do mítico “Expresso do Oriente”. 

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Reportagem # 32

Jornal "Dica da Semana", edição regional Algarve, 29 de Janeiro de 2015

FRIDAY EATS

A refeição que pedala a rua à minha frente vai saciar o cansaço de alguém que trocou horas de fome por uns tostões. A energia que sobra é a da ponta dos dedos. Três toques no ecrã e o jantar está pronto. A marmita verde atravessa a cidade, pela força estoica do homem que não fala português. Também não precisa. Basta tocar à campainha e dizer a palavra mágica de significado universal. Num silêncio solene, digno de um requintado mordomo, abre o saco térmico e serve o jantar. O pobre senhor que ganha uns tostões, hoje sente-se um rei. Espreguiçado no sofá, a lambuzar-se num menu cancerígeno qualquer, reencontra um espasmo de felicidade. Ah, como é boa a sexta-feira! Mham 

VERSÃO 4.5

Dizem-me frequentemente que ainda tenho cara de menina, que ainda sou nova, que ainda tenho a vida à minha frente. Contudo, face à cronologia, é-me inevitável constatar que mais de metade do tempo que me foi concedido já passou. O que me resta já será provavelmente menos. Se isso me inquieta? Não em termos de medo, mais em termos de pressa. Já não é pressa de viver mas de realizar, de me realizar. Apesar de já ter plantado árvores, tido filhos e publicado livros, sinto-me ainda distante da potencialidade plena do meu propósito existencial. O que me falta realizar então? Talvez plantar mais árvores e escrever mais livros, já que a possibilidade de gerar filhos tem prazo de validade e a energia vital para os cuidar vai esmorecendo. Tudo o que me falta fazer parece-me tanto para o tempo que imagino à minha frente. Não cabem tantos livros e filmes e viagens e experiências nas décadas que imagino ainda poder viver. O meu maior conflito interior neste momento é já não ser nova para tanta coi...