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Fazer amigos

Não sei muito bem porquê, mas nunca fui muito boa a fazer amigos. Talvez por ser reservada. Talvez por ser prudente. Talvez por ser desconfiada.
Mas já vivi grandes momentos com pessoas a quem passei a designar por amigos. Dei-me por inteiro, partilhei o impartilhável e acabei por sofrer. Ao perceber que um dia, no dia em que mais precisava, eles não estavam lá. Estavam longe, demasiadamente ocupados com os seus problemas para perderem tempo com os meus. E senti-me muito só. Mais só do que se nunca tivesse tido amigos. Porque tê-los mas eles não estarem lá, no momento certo, para o que der e vier, é o mesmo que nunca terem existido. E então, a desilusão dá lugar à dor, que dá lugar à indiferença, que dá lugar ao prazer da solidão. Começo a gostar de estar só. O gosto vai virando vício. O vício transforma-se numa silenciosa dependência. E chego ao ponto em que me sinto mais acompanhada quando estou só. E lembro-me de alguém especial me ter ensinado um dia: “ A pior solidão é a ausência de nós próprios”. Relembro estas palavras e descubro como são sábias. Hoje sei que me basto para me fazer companhia. Desde que esteja bem comigo, sou a melhor companhia que posso desejar.

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