Pedro sabia que não poderia fazer muito para resolver os imensos problemas em que aquela família estava mergulhada. Contudo, sentia que ao fazer algo por Maria, já estaria a dar um contributo importante à humanidade. Às vezes temos que nos conformar de que não podemos mudar o mundo, mas em contrapartida temos sempre a hipótese de mudar, por um pouco que seja, a vida de alguém, costumava opinar muitas vezes o jovem rapaz no decorrer das longas tertúlias com os amigos.
De volta à “Casa de bonecas” (nome com o qual Dona Carlota havia baptizado a sua loja na década de sessenta), Maria reencontrou na vida real o conforto que muitas vezes vivenciava nos seus sonhos. Tinha até já tomado uma decisão, muito adulta por sinal para uma criança de apenas sete anos:
- Quando for grande, vou ser arquitecta! – Afirmou, com uma convicção fora do vulgar para uma menina tão pequena. – E vou desenhar muitas casas. Uma delas só para mim, muito grande, onde eu possa ter um quarto só para mim, uma casa de banho só para mim e uma piscina só para mim – rematou, denunciando um certo egoísmo, um sentimento que nasce naturalmente nas pessoas que se vêem privadas daquilo que consideram merecer por direito, pelo simples facto de terem nascido.
- Que boa ideia, Maria! – Apoiou Dona Carlota, acabada de decidir que iria contemplar aquela doce criança no seu testamento. Estava certa de que os filhos e os netos não se iriam opor nem a condenariam por isso. Todos eles haviam sido educados com base no princípio do amor ao próximo.
Dona Carlota foi fazendo as coisas aos poucos, como se estivesse a preparar tudo para um final que se avizinhava, cada vez mais próximo, a cada dia que chegava ao fim. Abriu pessoalmente uma conta bancária a favor de Maria onde depositou o dinheiro suficiente para um dia acautelar os seus estudos. Estabeleceu que a menina só poderia gerir o seu próprio património depois de completar dezoito anos. Até lá, Pedro ficaria como seu fiel tutor.
Naquela tarde quente de Verão, Maria estranhou o facto de, pela primeira vez em mais de seis meses, não ver Dona Carlota junto ao portão da escola.
De volta à “Casa de bonecas” (nome com o qual Dona Carlota havia baptizado a sua loja na década de sessenta), Maria reencontrou na vida real o conforto que muitas vezes vivenciava nos seus sonhos. Tinha até já tomado uma decisão, muito adulta por sinal para uma criança de apenas sete anos:
- Quando for grande, vou ser arquitecta! – Afirmou, com uma convicção fora do vulgar para uma menina tão pequena. – E vou desenhar muitas casas. Uma delas só para mim, muito grande, onde eu possa ter um quarto só para mim, uma casa de banho só para mim e uma piscina só para mim – rematou, denunciando um certo egoísmo, um sentimento que nasce naturalmente nas pessoas que se vêem privadas daquilo que consideram merecer por direito, pelo simples facto de terem nascido.
- Que boa ideia, Maria! – Apoiou Dona Carlota, acabada de decidir que iria contemplar aquela doce criança no seu testamento. Estava certa de que os filhos e os netos não se iriam opor nem a condenariam por isso. Todos eles haviam sido educados com base no princípio do amor ao próximo.
Dona Carlota foi fazendo as coisas aos poucos, como se estivesse a preparar tudo para um final que se avizinhava, cada vez mais próximo, a cada dia que chegava ao fim. Abriu pessoalmente uma conta bancária a favor de Maria onde depositou o dinheiro suficiente para um dia acautelar os seus estudos. Estabeleceu que a menina só poderia gerir o seu próprio património depois de completar dezoito anos. Até lá, Pedro ficaria como seu fiel tutor.
Naquela tarde quente de Verão, Maria estranhou o facto de, pela primeira vez em mais de seis meses, não ver Dona Carlota junto ao portão da escola.
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