Avançar para o conteúdo principal

Orgulho e preconceito

"Pride & Prejudice", Joe Wright, 2005
Uma tarde sossegada de Outono faz-me abrir a gaveta dos DVD por ver. E sou escolhida por este filme de 2005, que há anos me persegue implorando para ser visto: “Orgulho e preconceito”. Baseado num dos romances mais aclamados de Jane Austen, proeminente escritora inglesa do século XIX, esta é uma história do tempo em que as mulheres casavam sobretudo por conveniência. Mas a protagonista, Elizabeth, é uma excepção à regra e, apesar da pressão familiar para precaver o futuro com um casamento abastado, não consegue conceber a ideia de casar a não ser por amor. Ainda que despreocupada com a possibilidade desse ideal não se concretizar, acaba por fixar a atenção no arrogante e nada simpático Mr. Darcy, acabado de chegar à província. Ela é a rapariga pobre que o vai encantando pela sua inteligência e atitude pouco convencionais. Ele é o rapaz rico e bem parecido que se finge indiferente aos seus encantos, por mera imposição social. Se ela é o orgulho, ele é o preconceito. Mas a impossibilidade do verdadeiro amor acaba por ser derrubada pela coragem de ambos, que se permitem um final feliz. Um filme simples e suave que não deixa porém de se revelar absolutamente brilhante. Impossível não se reparar também na lindíssima banda sonora de Dario Marianelli, por si só carregada de emoção, e que merecidamente foi premiada com um Óscar.  





Comentários

Enviar um comentário

Se gostou deste artigo, ou tem uma palavra a acrescentar, agradeço imenso que deixe o seu comentário.

Mensagens populares deste blogue

Reportagem # 32

Jornal "Dica da Semana", edição regional Algarve, 29 de Janeiro de 2015

FRIDAY EATS

A refeição que pedala a rua à minha frente vai saciar o cansaço de alguém que trocou horas de fome por uns tostões. A energia que sobra é a da ponta dos dedos. Três toques no ecrã e o jantar está pronto. A marmita verde atravessa a cidade, pela força estoica do homem que não fala português. Também não precisa. Basta tocar à campainha e dizer a palavra mágica de significado universal. Num silêncio solene, digno de um requintado mordomo, abre o saco térmico e serve o jantar. O pobre senhor que ganha uns tostões, hoje sente-se um rei. Espreguiçado no sofá, a lambuzar-se num menu cancerígeno qualquer, reencontra um espasmo de felicidade. Ah, como é boa a sexta-feira! Mham 

VERSÃO 4.5

Dizem-me frequentemente que ainda tenho cara de menina, que ainda sou nova, que ainda tenho a vida à minha frente. Contudo, face à cronologia, é-me inevitável constatar que mais de metade do tempo que me foi concedido já passou. O que me resta já será provavelmente menos. Se isso me inquieta? Não em termos de medo, mais em termos de pressa. Já não é pressa de viver mas de realizar, de me realizar. Apesar de já ter plantado árvores, tido filhos e publicado livros, sinto-me ainda distante da potencialidade plena do meu propósito existencial. O que me falta realizar então? Talvez plantar mais árvores e escrever mais livros, já que a possibilidade de gerar filhos tem prazo de validade e a energia vital para os cuidar vai esmorecendo. Tudo o que me falta fazer parece-me tanto para o tempo que imagino à minha frente. Não cabem tantos livros e filmes e viagens e experiências nas décadas que imagino ainda poder viver. O meu maior conflito interior neste momento é já não ser nova para tanta coi...