"Mandela: long walk to freedom"; Realizador: Justin Chadwick; Protagonistas: Idris Elba (Mandela), Naomi Harris (Winnie). |
Fui há poucos
dias ver este filme que abrevia vinte e sete longos e tortuosos anos de
cativeiro em duas horas e meia. E saí da sala de cinema a considerar que o
realizador desta película - inspirada na autobiografia homónima de Nelson
Mandela, publicada em 1994 - aligeirou demasiado a história. Ainda que seja vincado,
quer o isolamento, quer o clima de tortura e humilhação a que Mandela foi
submetido na prisão de Robben Island, é fácil abandonar-se a sala com a vontade
de querer ver mais, de saber mais, de ler o livro que testemunha, na primeira
pessoa, o drama de quem viveu assim: abdicando da sua liberdade em prol da luta
pelo direito à igualdade social dos seus semelhantes. A surpresa do filme, para
mim, foi a revelação do papel de Winnie ao lado da luta do grande líder. A
segunda mulher de Mandela, mãe de duas filhas que cresceram sem ver o pai, é
evidenciada como o eco da voz do marido do lado de fora das grades, o pilar da
resistência que se empenhou ferozmente na disseminação das convicções
anti-apartheid. Conforme pode ver-se na película, Mandela, que afirmou estar
disposto a morrer pela sua causa, escapou à pena de morte, mas suportou, com a
maior dignidade, um terço da vida em reclusão. Com sabedoria e humildade,
ganhou o respeito universal, reconquistou a liberdade e tornou-se o primeiro
presidente negro da África do Sul. O homem que foi capaz de conquistar a
amizade dos seus carcereiros, e de lhes agradecer por o terem tornado uma
pessoa mais forte, ficará para sempre gravado, como um exemplo, na memória histórica
da humanidade. Este filme ficará como mais um documento, destacando-se o
excelente desempenho dos protagonistas. Para concluir, deixo o tema dos U2 –
“Ordinary love” - que tão bem me soou no
final do filme.
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