É domingo e tenho saudades de ir à missa. Muitos vão rir, outros vão ter a tentação de gozar com este meu desabafo, mas é verdade. Os cristãos por convicção, ao contrário dos cristãos por tradição, vão à missa porque gostam e sentem um vazio enorme quando, por alguma razão, não podem ir. Até isso a Pandemia nos roubou: o prazer de ir à missa. Aquela hora de encontro marcado com Deus, porque connosco próprios, de corpo e pensamento serenados no mais profundo de nós. Hoje a missa veio até mim pela Internet. Modernices necessárias em tempo de isolamento. Mas não é a mesma coisa. Nunca será a mesma coisa. Porque a missa é também um reencontro de amigos, um fruir de uma energia coletiva que dá força, um ritual de gestos, simbologias, cânticos e repicar de sinos, que encerra toda uma beleza. Hoje é domingo de ramos (sem ramos), o início da semana Santa mais atípica e virtual que muitos cristãos já viveram.
por Cláudia Sofia Sousa
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